segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Sindicatos de servidores reclamam do GDF (Brasília 247)


Não cumprimento de promessas deixa relação entre agnelo queiroz e funcionários públicos em nível crítico. professores ameaçam greve em 18 de outubro
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr, Andressa Anholete/247, Valeria Galassi/Sinpro




01 do 10 de 2011 às 17:00

Priscila Mesquita - Brasília247 – 

Assim como ocorreu no governo de Cristovam Buarque (1995-1998), a expectativa dos sindicatos de servidores públicos cresce com a ascensão ao poder de um político ligado à esquerda. Com o petista Agnelo Queiroz não foi diferente. Mas, passados nove meses desde a posse, as relações entre o governador e os sindicatos estão desgastadas.

O caso dos professores é um exemplo. Eles cobram o cumprimento de acordos feitos em março e têm assembleia agendada para 18 de outubro, quando pode ser deflagrada a greve. A mobilização arrancou do GDF promessas como a volta da gestão democrática, reestruturação do plano de carreira e implantação do plano de saúde, mas nada saiu do papel, segundo representantes do Sindicato dos Professores (Sinpro).

Os prazos venceram. Para o envio do projeto da gestão democrática à Câmara Legislativa e para apresentação da proposta do plano de saúde foi 30 de julho. Para discussão do plano de carreira foi semana passada. "O GDF se nega a contratar mais professores, alegando estar perto do limite da Lei de Responsabilidade Fiscal", diz Washington Dourado, diretor do Sinpro.

E ainda pode piorar. Remanejamento de verba publicado no Diário Oficial de 20 de julho retira R$ 47 milhões da Secretaria de Educação para repassar à Secretaria de Publicidade. A verba ia ser usada em programas de informatização do sistema escolar, manutenção da alfabetização de jovens e adultos e capacitação dos professores.

Segundo a Secretaria de Comunicação (Secom), remanejamentos são feitos para situações pontuais e os recursos da Educação estão sendo recompostos. A Secom avalia o remanejamento como "situação administrativa normal" e garante que a Educação "é área prioritária do governo."

Saúde

Servidores da Saúde têm a mesma reclamação dos professores: a de que Agnelo negocia, promete, faz acordos, mas não cumpre. Os agentes comunitários de saúde e os de vigilância ambiental, por exemplo, ficaram em greve por dez dias e suspenderam a paralisação até quinta-feira, diante de novas propostas apresentadas na tarde de sexta-feira (30).

Mobilização feita pela categoria no primeiro semestre resultou em acerto para pagamento de gratificações. Até agora, nada mudou nos contracheques e, por isso, os servidores entraram em greve. A nova proposta prevê realização de concurso e equiparação salarial dos atuais servidores, celetistas, com os próximos, que serão contratados em regime estatutário. A curto prazo, o GDF garantiu pagar abono, mas valor e prazo serão definidos ao longo da semana.

Segurança

Policiais civis, policiais militares e bombeiros também estão irritados com Agnelo e com a cúpula que negociou as reivindicações da área da Segurança, ao longo dos meses de março e abril. O não cumprimento das promessas gerou grande problema, inclusive, entre Agnelo e o presidente da Câmara Legislativa, deputado Patrício (PT), até então aliado de primeira hora do governador e representante dos policiais e bombeiros militares.

Entidades da área da Segurança se reuniram semana passada com os parlamentares eleitos pela categoria e foi redigido um documento cobrando o cumprimento dos acordos, entre eles o pagamento antecipado da gratificação do risco de vida e reajuste escalonado para policiais e bombeiros militares. A expectativa agora é pelo agendamento de uma reunião no Ministério do Planejamento, já que reajustes salariais dessas categorias são pagos com verba do Fundo Constitucional e precisam ser negociados com o governo federal.

Servidores do Detran e do DFTrans completam a lista dos insatisfeitos. Agentes de trânsito ficaram quatro dias parados na semana passada, mas voltaram ao trabalho depois que o GDF se comprometeu a publicar edital de concurso nos próximos dias. No DFTrans a categoria está com indicativo de greve e cruzou os braços durante uma tarde na terça-feira (27). A reivindicação é por 25% de reajuste e contratação imediata de 180 aprovados em concurso.

A Secretaria de Comunicação informou, em nota, que "nunca houve tanta interlocução". Segundo o texto, "os servidores públicos nunca foram tão atendidos como agora e pela primeira vez existe uma mesa permanente de negociação com os servidores, criada ainda em janeiro pelo governador Agnelo Queiroz."

Fonte: Brasília 247

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